segunda-feira, 14 de março de 2016

Seio de Abraão





No entanto, a verdade a respeito da morte é um assunto muito importante e bastante confuso nas mentes de certas pessoas, assim, depois dos grandes assuntos como inferno e purgatório já feitas, quis fazer essa, que fala exclusivamente sobre seio de Abraão.

Para entender isso, primeiro temos que saber o que os homens acreditavam na verdade a respeito da morte e a diferença do fim do homem bom e o pecador, assim diz a bíblia.

Portanto, age com sabedoria, mas não deixes que os seus cabelos brancos desçam em paz à morada dos mortos (1Rs 2,6)
Um mesmo destino para todos: há uma sorte idêntica para o justo e para o ímpio, para aquele que é bom como para aquele que é impuro, para o que oferece sacrifícios como para o que deles se abstém. O homem bom é tratado como o pecador e o perjuro como o que respeita seu juramento.
3. Entre tudo que se faz debaixo do sol, é uma desgraça só existir para todos um mesmo destino: por isso o espírito dos homens transborda de malícia, a loucura ocupa o coração deles durante a vida, depois da qual vão para a casa dos mortos (Eclesiastes 9,2-3)

Como vimos, o livro nos mostra que todos têm o mesmo fim, tanto o justo, como o pecador, todos vão para o mesmo lugar que é o "Seol" a região dos mortos, e como podemos avistar, essa era a crença daquele povo que estava em crescimento, sem mesmo eles saberem. Depois do cativeiro surge a crença de um outro lugar de punição escatológica, assim diz Isaías:

Ao sair, verão os cadáveres daqueles que se revoltaram contra Mim, porque o verme que os corrói nunca morrerá e o fogo que os consome não se apagará. Eles serão um horror para o mundo inteiro (Isaías 66,24)

O conteúdo, dos termos, "seol" (região dos mortos) e "geena" (a condenação dos pecadores) foram posteriormente enriquecidos pela revelação e pela evolução teológica em função sobretudo da ideia da retribuição e da crença da ressurreição dos mortos. Assim podemos dizer que a interpretação da existência de um estado de condenação, não era ainda bem conhecida no seio do povo hebraico, a ideia foi gradualmente crescendo até chegar a única e verdadeira interpretação. Sabemos desde agora, que a ideia de que todos iam para o mesmo local, era mal interpretada. Desse modo, se existe a geena, ou seja a condenação para os pecadores, onde então seria a recompensa daquelas pessoas Justas? Para entender isso devemos ter em conta que a nenhum homem era permitido a entrada no reino dos céus antes da redenção de Jesus, e também se nós olharmos em Génesis, vemos que o paraíso depois do pecado original, foi fechado.

23 Então Javé Deus expulsou o homem do jardim do Éden para cultivar o solo de onde fora tirado.
24 Ele expulsou o homem e colocou diante do jardim do Éden os querubins e a espada flamejante, para guardar o caminho da árvore da vida (Gn 3,23-24)

Com isso, só resta para os homens bons uma recompensa diferente dos maus, nesse caso, surge a verdade do seio de Abraão, e essa mesma verdade, Jesus mostra na parábola do rico avarento.

Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho finíssimo, e que todos os dias se banqueteava e se regalava.
20. Havia também um mendigo, por nome Lázaro, todo coberto de chagas, que estava deitado à porta do rico.
21. Ele avidamente desejava matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico... Até os cães iam lamber-lhe as chagas.
22. Ora, aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado.
23. E estando ele nos tormentos do inferno, levantou os olhos e viu, ao longe, Abraão e Lázaro no seu seio.
24. Gritou, então: - Pai Abraão, compadece-te de mim e manda Lázaro que molhe em água a ponta de seu dedo, a fim de me refrescar a língua, pois sou cruelmente atormentado nestas chamas.
25. Abraão, porém, replicou: - Filho, lembra-te de que recebeste teus bens em vida, mas Lázaro, males; por isso ele agora aqui é consolado, mas tu estás em tormento.
26. Além de tudo, há entre nós e vós um grande abismo, de maneira que, os que querem passar daqui para vós, não o podem, nem os de lá passar para cá (Lc 16,19-26)

Também o livro de sabedoria mostra que as almas dos Justos já estavam nas mãos de Deus.

1. Mas as almas dos justos estão na mão de Deus, e nenhum tormento os tocará.
2. Aparentemente estão mortos aos olhos dos insensatos: seu desenlace é julgado como uma desgraça.
3. E sua morte como uma destruição, quando na verdade estão na paz!
4. Se aos olhos dos homens suportaram uma correcção, a esperança deles era portadora de imortalidade,
5. e por terem sofrido um pouco, receberão grandes bens, porque Deus, que os provou, achou-os dignos de si (Sabedoria 3,1-5).

No entanto, esse é o seio de Abraão, onde as almas daqueles bons homens que morriam antes da redenção iam para lá, e de lá se reuniam aos patriarcas, onde esperavam a passagem para o céu, vejamos.

Eles darão conta àquele que está pronto para julgar os vivos e os mortos.
6. Pois para isto foi o Evangelho pregado também aos mortos; para que, embora sejam condenados em sua humanidade de carne, vivam segundo Deus quanto ao espírito (1Pd 4,5-6)

Com a redenção, o seio de Abraão da entrada ao reino dos céus, e uma prova demonstrativa e clara foi quando Jesus diz ao bom ladrão que estaria com ele no paraíso, e que na casa do pai dele há muitas moradas.

Jesus respondeu-lhe: Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso (Lc 23,43)
Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar.
3. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais (Jo 14,2-3)

Concluindo, sabendo a verdade acerca do seio de Abraão, inferno, purgatório e do Reino dos céus, podemos ver, frente a tudo isso, que uma combina com a outra, quer dizer, todas provam a imortalidade da alma, que falarei já na próxima matéria, paz a todos.

Escrito por: Benedictus Manuel


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