quarta-feira, 29 de junho de 2022

Arrependimento e perdao!

 


             


Na verdade é um tema bastante importante para o acompanhamento da nossa fé, já que se trata de arrependimento e perdão. Isto também vai nos levar a esclarecer mais uma vez que por regra não existe perdão dos pecados mortais fora do sacramento da Reconciliação e que na verdade existe gradualismo de pecado quando estamos a falar de pecados como “original”, “mortal” e “venial”. O primeiro quase não se conta tanto já que nenhum ser humano existente pode cometer mais, pois se trata do pecado que nossos pais cometeram e que toda humanidade herdou. Vamos observar então que ninguém pode também cometer vários tipos de pecados sobre pretextos de que “tudo é pecado, “não existe pecado maior ou grave e nem pecado menor ou leve.” Assim se deslumbra a desculpa de muitos e também a crença de certos protestantes. Mas se averiguarmos bem as escrituras veremos que isto não é assim como muitos pensam, sobretudo quando Cristo mostra a gravidade de pecar contra o Espírito Santo, Lucas 12,10,e também quando São João em sua primeira carta adverte não orar por aqueles que cometerem um pecado grave, que leva a morte, deixando desse modo muito claro que existe pecados que levam a morte e uns que não levam, 1João 5,16-17. 

No entanto, um estudo cauteloso das escrituras nos esclarecem isto, como pudemos ver em pequenos trechos lá em cima que existe sim pecados maiores e menores que os outros. Por exemplo matar intencionalmente é maior que mentir, apesar de ambos serem pecado e crime ao mesmo tempo. Até aqui fica claro sobre este particular, faltando também esclarecer que estes pecados são perdoados pelo sacramento da confissão, também é bem óbvio que muitos anticatólicos pensam e pregam diferente, acreditam que o fiel recebe o perdão de suas faltas tanto mortais como leves diretamente de Deus na oração! Infelizmente alguns católicos com falta de conhecimento também perfilam nesta ideia, é por isto que os confecionários estão mais vazios que os centros de umbanda e quimbandaria! Uma coisa que felizmente concordamos uns aos outros, ou seja entre católicos e protestantes é que os pecados leves Deus pode perdoar livremente e diretamente entre o cristão e ele por meio da oração, mas o nosso Deus é tão maravilhoso e seus mistérios são incompreensiveis quando na verdade ele nos dá um modelo de humildade, obediência, fazendo com que o homem reconheça sua pequenez diante de um outro pecador e que mediante deste outro pecador podemos receber o seu perdão, é o que nos atesta o Evangelho de São João capitulo 20,21-23.

Disse-lhes outra vez: A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós.

22. Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo.

23. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos.(Jo 20,21-23).

A primitiva igreja também seguia este modelo de confessar-se na igreja e contrariando toda espécie de crença protestante no perdão direto das faltas graves.

 Muitos dos que haviam acreditado vinham confessar e declarar as suas obras.(Actos 19,18.

Cristo deu este poder aos seus discípulos e seus sucessores, o poder de autorizarem, de perdoarem, de ligar e desligar tudo.

Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu.(Mt 18,18)

É respetivamente a este poder de “ligar”, que o sacerdote colaboradores diretos dos bispos também participam deste monus de perdoar os pecados em nome de Cristo. Portanto fica desse modo esclarecido que os cristãos são perdoados de suas faltas graves e leves pela autoridade da igreja por Cristo através do sacerdote no sacramento da Confissão, mas tamém fica claro que suas faltas leves podem ser perdoados diretamente por Deus pela oração ou por um acto, se está devidamente contrito. 

E o que dizer então da Contrição perfeita e Contrição imperfeita ou Atrição?

A igreja nos ensina que Entre os atos do penitente, a contrição vem em primeiro lugar. Consiste “numa dor da alma e detestação do pecado cometido, com a resolução de não mais pecar no futuro”. 


Também a igreja nos ensina que a contrição é perfeita Quando brota do amor de Deus, amado acima de tudo, (contrição de caridade). CIC 1452. Isto é se nos arrependermos de ter pecado contra Deus porque o amamos muito e não queriamos o ofender nem tão pouco voltar a ofender por este grande amor que sentimos por ele, sem nos confessarmos recebemos o perdão das faltas leves. Mas através da contrição perfeita sem de facto descartar o sacramento da reconciliação, podemos igualmente receber o perdão de nossas faltas mortais mesmo sem passar antes pelo sacramento da reconciliação, mas disso só se incluir a firme resolução de recorrer, quando possível, à confissão sacramental.


Vamos explicar isto exemplificando se restou dúvidas. Por exemplo se um fiel pecar mortalmente em cinrcustâncias que não lhe é permitido fazer a confissão porque vive em arredores de matos onde é difícil o acesso frequente de sacerdote, ou sua procura de sacerdote é dificilíssima, ou também se este fiel pecar em momentos em que não tem como se confessar mas tendo o desejo de o fazer, se depois de pecar mortalmente se arrependa perfeitamente, ainda que este fiel venha a morrer no mesmo dia, ele está perdoado de suas faltas tanto leves como mortais através da contrição perfeita, pois tinha o desejo mas não conseguiu confessar não por negligência, mas por falta de tempo e oportunidade, é aquilo que o catecismo chama de “quando possível”. Agora se alguém confiar na contrição perfeita e negligenciar o sacramento da Confissão, este não obtém na verdade o perdão de seus pecados mortais, continua com seu pecado mortal, salvo se ele vier a confessar por medo do inferno, o que o levaria a estar diante da contrição imperfeita ou atrição.


A contrição chamada “imperfeita” (ou “atrição”) também é um dom de Deus, um impulso do Espírito Santo. Nasce da consideração do peso do pecado ou do temor da condenação eterna e de outras penas que ameaçam o pecador (contrição por temor). Este abalo da consciência pode ser o início de uma evolução interior que ser concluída sob a ação da graça, pela absolvição sacramental. Por si mesma, porém, a contrição imperfeita não obtém o perdão dos pecados graves, mas predispõe a obtê-lo no sacramento da penitência. CIC 1453.


A contrição imperfeit ou atrição é aquele peso que sentimos quando pecamos contra Deus, um medo de sermos condenados ao inferno e de outras penas que ameaçam a vida do pecador. Por si só a contrição imperfeita não concede o perdão dos pecados mortais, carecendo mesmo a obtenção no sacramento da penitência. Quer isto dizer que quando estamos diante da contrição imperfeita temos o dever absoluto de confessar, e quando estamos diante da contrição perfeita temos um dever excepcional, só em caso de possibilidades, se não há possibilidades, Deus nos perdoa.


Por fim, falar deste tema sobre arependimento e perdão é falar destes pontos mencionados, é na verdade preparar a recepção deste sacramento fazendo um exame de consciência à luz da Palavra de Deus. É entender sobretudo o que é o sacramento da confissão, o deslumbramento de pecados a apresentar e os tipos de arrependimentos. O catecismo nos diz também que “os textos mais adaptados a esse fim devem ser procurados na catequese moral dos evangelhos e das cartas apostólicas: Sermão da Montanha, ensinamentos apostólicos”.

Escrito por: Benedictus Manuel

Esplendor da Verdade Católica

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