A igreja é viva hoje porque encontra sua
força no próprio Cristo que por meio do seu Espírito guia a mesma, sendo assim,
a oração é o caminho mais perfeito de nos unirmos com Deus nosso Senhor e de
comunicarmos a ele todos nossos sentimentos, toda nossa adoração, todo nosso
louvor, todo nosso agradecimento, toda nossa tristeza e toda nossa petição. No
entanto, não é uma coisa inventada pela igreja, é algo que remonta a biblia e o
próprio cristianismo, e aínda é algo que a própria bíblia demonstra. É
sobretudo a partir das realidades da criação que se vive a oração. Os nove
primeiros capítulos do Gênesis descrevem essa relação com Deus como oferenda
dos primogênitos rebanho de Abel, como invocação do nome divino por Enós, como
"caminhada com Deus". A oferenda de Noé é "agradável" a
Deus, que o abençoa e, por meio dele, abençoa toda a criação, porque seu
coração é justo e íntegro; também ele caminha com Deus" (Gn 6,9). Essa
qualidade da oração é vivida por uma multidão de justos em todas as religiões.
Em sua Aliança indefectível com os seres vivos, Deus sempre convida os homens a
orar. Mas é sobretudo a partir de nosso pai Abraão que a oração é revelada no
Antigo Testamento.( CIC 2569).
Neste caso, para entendermos bem o
sentido da oração, é só pararmos e refletirmos na nossa vida cotidiana como
seres humanos, nós os seres humanos encontramos vários canais para nos
comunicarmos, mas certamente falar pessoalmente é muitíssimo melhor, um filho
para ter uma boa e perfeita relação com seu pai é necessariamente falar com
ele, conversar com ele, também a oportunidade de dizer a este pai o quanto o
ama e o quanto agradece pelo cuidado, não só, mas também nos momentos de
aflição usamos a fala para contar aos nossos pais o quanto nos encontramos
tristes e abatidos por uma situação da vida, e se queremos alguma coisa oriunda
dos nossos pais também, é nestas ocasiões de conversa que pedimos a eles o que
nós queremos. Isso tudo por meio da fala e um diálogo bom, o mesmo acontece com
Deus nosso pai querido. Na oração temos essa oportunidade de apresentarmos a
Deus todas nossas queixas, todo nosso agradecimento e toda nossa intenção e
etc. Quem nunca gostaria de ouvir a vós do criador no seu coração? É na oração
que Deus escuta o nosso clamor e nós abrimos o nosso coração para o escutarmos.
Dizia que a igreja encontra sua força no próprio Cristo porque a igreja vive de
uma oração maior que é a santa eucaristia, a presença do próprio Cristo, alí
encontramos a nossa força maior, mas pessoalmente cada pessoa quer falar para
Deus e Deus quer o escutar, por isso é que Jesus orava publicamente e em
privado. A santa Missa é a oração pública, mas cada um deve ter a sua oração
particular.
Há uma exigência de oramos bem, pois uma
boa oração e em segredo é que o pai escuta, pois toda conversa sem arrogância
há um entendimento, entretanto, Deus nos entende se orarmos bem, ou seja, se
falarmos para ele com respeito e amor, foi por isso que Jesus ensinou aos seus discípulos
um modelo de uma oração perfeita e com respeito, o da oração do “Pai- Nosso” Mt
6,9-13; Lc 11,1-4; o da oração humilde Lc 18,9-14, o da insistência de pedirmos na oração Mt 7,7-11.
É aínda na oração que o Pai nos dá seu Espírito quando o pedimos. Lc 11,13. É
na oração que o próprio Espírito Santo vem em nosso auxílio para nos ensinar a
saber como pedir e ensinando a orar
perfeitamente. Rm 8,26. “ para mim a
oração é uma elevação , um singelo olhar para o céu, um clamor de gratidão, o
amor no meio da provação e da alegria” Santa Teresa de Lisieux . E se
elevarmos a Deus nossas suplicas devemos elevar também nossos corações e nossas
boas intenções.
Orações no Antigo Testamento
A revelação da oração no Antigo
Testamento se insere entre a queda e a elevação do homem, entre o chamado
doloroso de Deus a seus primeiros filhos: "Onde estás?... Que
fizeste?" (Gn 3,9.13), e a resposta do Filho único ao entrar no mundo:
"Eis-me aqui, eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade[a20] ”. A oração,
dessa forma, está ligada à história dos homens, é a relação com Deus nos
acontecimentos da história.( CIC 2568) Aínda podemos encontrar algumas orações
no AT contemplando estas citações. (Gn
18,23-33; Ex 15,1-18; Nm 14,13-19; 1Sm 1,11; 2,1-10; 2Sm 7,18-29; 1Cr 16,8-36;
29,10-20; 1Rs 8,23-53; 2Rs 19,15-19; Esd 9,6-15; 2Mc 1,24-29; Tb 3,1-6.11-15;
8,7-10; 13,1-18; Jt 9,2-18; Est 4,12-30; Jr 17,12-18; 20,7-18; 32,7-15; Dn
3,26-45.52-90; Jn 2,3-10; Hab 3,1-19).
Jesus como modelo
orante. (Lc 3,21; 5,16; 6,12; 9,29; 11,1; 22,32; Mc 1,35; 6,46; Mt 14,23;
26,36-46; Jo 11,41s; 17,1-26).
Oração na Igreja
primitiva (At 2,42-47; 4,23-31; 12,5; 16,25; Rm 1,9; 1Cor 14,13-19;1Ts 1,2 ;
2Tm 1,3; Ef 5,20).
A bíblia nos mostra diversas vezes
orações que na qual podemos elevar nossos sentimentos e nossa adoração até
Deus, e também nossos louvores (Sl 34,2; 117,1; Dn 3,51s; Lc 19,37s) Ainda apresenta a elevação dos nossos
agradecimentos (Sl 107,1; Ef 5,20; Cl 3,7; 1Ts 5,18; Nossas tristezas e
sofrimentos (Sl 50,15; 120,1; Mt 21,22; Tg 5,13) E sobretudo mostra-nos uma
oração de petição (2Cor 1,11; Cl 1,9; 1Ts 1,2; 5,25).
Na oração não podemos apresentar à Deus
só as nossas preocupações, mas como
também devemos orar pelas grandes autoridades (At 12,5; Ef 6,19; 1Tm 2,1-3; Hb 13,18) e sobretudo por todas as pessoas sem distinção (Mt
5,44; Lc 6,28; Ef 6,18; 1Tm 2,1). Por isso e por muito mais é que oramos, ou
seja, falamos com Deus nosso Pai e lhe queremos oferecer tudo e todos os homens
nossos irmãos, pois o que diversas vezes pensamos ser impossível, para Deus é
mais que possível se pedirmos a ele na oração. “Faz o que podes e reza pelo que não podes, para que Deus permita que o
possas” Santo Agostinho.
O cristão é
chamado a orar incessantemente e a desejar orar, pois “o desejo de orar já é
uma oração”, dizia Georges Bernanos. A oração é o meio que na qual pedimos a
Deus que resistamos as tentações e nela encontramos nossa força e a nossa
intimidade com Deus cresce até se tornar infinita para um dia encontrarmos ele
na sua gloria e lhe falarmos abertamente e de viva voz o quanto ele é dócil,
maravilhoso, grande e invencível!
Escrito por:
Benedictus Manuel
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