segunda-feira, 14 de março de 2016

Rezar pelos Mortos






 


                                                    
A crença na oração pelos mortos também é motivo de muito respeito na doutrina católica, e é para o protestantismo um problema dos mais radicais, no entanto o protestantismo condena duma maneira severa assegurando que as escrituras condena isso, mas o catolicismo ensina e incentiva a fazer tal prática que é maravilhosa aos nossos olhos. para perceber quem está certo referente o assunto, devemos entender que a Igreja é o corpo místico de Cristo. 24. Agora me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja (Col 1,24).

Sendo assim, se nós como a Igreja de Jesus somos o corpo místico de Cristo, então essa Igreja é vasta, constituído assim por todos aqueles  que acreditam em Jesus, ora, a Igreja que é corpo de Cristo está constituído por três estados: Que são a Igreja terrestre, que é a Igreja dos peregrinos na terra, a Igreja purgante, ou seja aqueles fiéis que partiram na amizade de Deus mas não tão puros, porque precisam de serem purificados, e por fim a Igreja celeste que é a Igreja dos bem aventurados. Entretanto, a Igreja ao ensinar a prática da oração pelos mortos, coloca em causa o segundo estado que é a comunhão que nós temos com nossos irmãos falecidos que se encontram no purgatório e também faz referência a ressurreição dos mortos nos fins dos tempos. Para passar a mostrar a apologética bíblica desse assunto, devemos saber também que a bíblia aconselha a orar uns pelos outros, porque a oração do justo tem grande eficácia.

Confessai os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros para serdes curados. A oração do justo tem grande eficácia. (Tg 5,16).

Se a oração do justo tem grande eficácia, é porque ela tem poder de ajudar uns aos outros. Desse modo mesmo, devemos orar a favor daqueles que nos precederam, o apóstolo são Paulo aconselha também que se ore a favor de todos.

Acima de tudo, recomendo que se façam preces, orações, súplicas, acções de graças por todos os homens, (1Timoteo 2,1).

A prática da oração pelos mortos é bem atestada na bíblia.

43. Em seguida, fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição,
44. porque, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles.
45. Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente,
46. era esse um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas.(2Mac 12,43-46)

O nobre Judas, fez essa prática que é tão bela e agradável a Deus, ele não o fez só, mas também incitou que se fizesse isso. Com essa citação, a problemática da descrença do protestantismo cai abaixo, e como se isso não bastasse, argumentam por ignorância que o livro é apócrifo, mas nós católicos sabemos que esse livro é canónico quanto os demais, mas para corroborar isso, encontramos algo surpreendente nas palavras de Paulo, ou seja, o apóstolo são Paulo também orava a favor dos mortos.

15. Sabes que todos os da Ásia se apartaram de mim, entre eles Figelo e Hermógenes.
16. O Senhor conceda sua misericórdia à casa de Onesíforo, que muitas vezes me reconfortou e não se envergonhou das minhas cadeias!
17. Pelo contrário, quando veio a Roma, procurou-me com solicitude e me encontrou.
18. O Senhor lhe conceda a graça de obter misericórdia junto do Senhor naquele dia. Sabes melhor que ninguém quantos bons serviços ele prestou em Éfeso.(2 Tim 1,15-18)

Verificando todo verso 15 até 18, podemos concluir que Onesíforo já não estava mais no mundo dos vivos, é o que podemos comparar também com 2Tim 4,19 que diz:  Saúda Prisca e Áquila, e a família de Onesíforo. Vendo a primeira citação, Paulo cita um de cada vez, Figelo e Hermógenes, assim como na segunda citação ele faz também referência de Prisca e Áquila, por fim nas duas citações ele menciona só a família de Onesíforo. Daí se conclui então que Onesíforo já esteve morto. Acrescenta ainda que o senhor tenha misericodia naquele dia.

A bíblia apresenta ainda a outra oração em sacrifício pelos mortos, Tobit, enterrava os mortos acompanhado de orações.

12. Quando tu oravas com lágrimas e enterravas os mortos, quando deixavas a tua refeição e ias ocultar os mortos em tua casa durante o dia, para sepultá-los quando viesse a noite, eu apresentava as tuas orações ao Senhor.( Tobias 12,12)

A própria escritura sagrada, mostra também que devemos orar de acordo com a gravidade do pecado, porque com certeza, nós oramos em favor daqueles que se encontram no purgatório por faltas leves, como aconselha são João.

16. Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não o conduza à morte, reze, e Deus lhe dará a vida; isto para aqueles que não pecam para a morte. Há pecado que é para morte; não digo que se reze por este.
17. Toda iniqüidade é pecado, mas há pecado que não leva à morte.(1 Jo 5,16-17)

Se lembrarmos na parábola do rico e o pobre Lázaro, veremos afinal claramente também, a relação que os vivos têm com os mortos, porque assim o rico nos tormentos do inferno pede para Abraão enviar Lázaro para que advertisse seus irmãos das más vidas, para que não parassem também onde ele estava.

27. O rico disse: - Rogo-te então, pai, que mandes Lázaro à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos,
28. para lhes testemunhar, que não aconteça virem também eles parar neste lugar de tormentos.(Lc 16,27-28)

 Outra relação que a bíblia nos apresenta entre os mortos e os vivos, é a de Moisés e Jesus, porque Moisés já estava morto (Deuteronómio 34,5) 

3. E eis que apareceram Moisés e Elias conversando com ele.(Mt 17,3

Como acabei de referir nos passos anteriores, a Igreja é o corpo de Cristo, e esse mesmo corpo de Cristo é a comunhão de todos os fiéis, os vivos e os defuntos, além do mais, em apocalipse o próprio Deus mostra também a intima ligação que os fiéis da terra têm com os bem aventurados

9. Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos homens imolados por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho de que eram depositários.
10. E clamavam em alta voz, dizendo: Até quando tu, que és o Senhor, o Santo, o Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem vingar o nosso sangue contra os habitantes da terra?
11. Foi então dada a cada um deles uma veste branca, e foi-lhes dito que aguardassem ainda um pouco, até que se completasse o número dos companheiros de serviço e irmãos que estavam com eles para ser mortos. (Apoc 6,9-11)

O nosso Deus, é um Deus dos vivos e não dos mortos, sendo assim, nunca devemos usar de egoísmo descartar os falecidos, porque suas almas vivem e seus corpos descansam. Para Deus, todos vivem.

38. Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos; porque todos vivem para ele.(Lc 20,38)

Jesus também nos ensinou  uma relação para com os mortos, quando ele foi libertar aqueles que estavam em prisão nos tempos de Noé, que pecaram.

19Foi então que Ele proclamou a vitória, inclusive para os espíritos aprisionados,
20 Falo das pessoas que foram rebeldes outrora, nos tempos de Noé, quando Deus Se demorava em castigar o mundo. Entretanto, Noé construía a arca, na qual somente oito pessoas foram salvas da água. (1Pd 3,19-20)

Se Jesus proclamou a vitória, inclusive para os espíritos aprisionados que já estavam mortos, então nós também podemos com nossas orações ajudar eles que estão no purgatório.
Portanto, acabamos desse modo ver diversas evidências sobre a apologética da oração pelos mortos na bíblia.

Catecismo da igreja Católica

1030 Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, Embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de Obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu.

1031 A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta Do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório sobretudo no Concílio de Florença e de Trento. Fazendo referência a certos textos da Escritura, a tradição da Igreja fala
De um fogo purificador: (Parágrafos relacionados 954,1472)
No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, Segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo, que, se alguém tiver pronunciado uma blasfémia Contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem presente século nem no século futuro (Mt 12,32). Desta Afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que
Outras, no século futuro [a21].

1032 Este ensinamento apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, da qual já a Sagrada Escritura fala: "Eis por que ele [Judas Macabeu) mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos Que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado" (2Mc 12,46). Desde os primeiros Tempos a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício Eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda Também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos: (Parágrafos
Relacionados 958,1372,1479)

Levemo-lhes socorre e celebremos sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício De seu pai [a23] que deveríamos duvidar de que nossas oferendas em favor dos mortos lhes levem alguma Consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por eles. (CIC 1030-1032)

Dá de boa vontade a todos os vivos, não recuses esse benefício a um morto. (Eclo, ou Ben-sirá 7,37)

Escrito por: Benedictus Manuel
 


3 comentários:

  1. Quando nós rezamos com a Igreja: 'creio na comunhão dos santos' estamos professando nossa fé em nossos irmãos que já estao no céum os

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  2. Pedro Bezerra de Araujo1 de fevereiro de 2023 às 07:08

    Quando rezamos no Credo: "Creio na comunhão dos santos", estamos professando nossa fé na 'comunhão' de nossos irmãos que já estão no Céu, dos que estão no Purgatório e de todos nós, caminheiros no seguimento do Senhor. Falar de comunhão é falar ajuda mútua, de intercâmbio de orações. Nossos mortos precisam de orações e eles também intercedem por nós. Rezemos, pois, um dia, vamos também necessitar de orações de quem ore por nós.
    Somos Igreja e não guetos. Somos muitos galhos, mas uma só raiz, uma mesma seiva: Jesus.
    (Pedro Bezerra de Araújo, Pierre Nadie)

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