sábado, 27 de fevereiro de 2016

Kecharitomene (cheia de Graça)





 


Depois dos grandes assuntos já relatado, focarei esse, em apologética da santidade puríssima da virgem santa Maria. Para compreendermos mais acerca da grande benção que Deus nosso pai deu a Maria nossa mãe, imaculada e cheia de graça. No entanto, a questão é que muitos dos nossos irmãos protestantes fazem confusão e tentam confundir o termo cheia de Graça. 

28 O anjo entrou onde Ela estava, e disse: «Alegra-Te, cheia de graça! O Senhor está contigo! » (Lucas 1,28)

"Cheia de graça" significa que Maria está repleta de favor, de benevolência de Deus; Aqui São Lucas usa o particípio passivo perfeito do verbo "Charitoo", esse mesmo verbo provém de uma "raiz" grega  que é  "Charis", que significa graça, o mesmo significa encher de graça ou estar dotado de graça, em simples palavras, podemos dizer de alguém que sempre esteve cheio de graça.

Para podermos entender melhor, devemos saber que "kecharitomene" como já disse é o particípio passivo perfeito do verbo encher ou completar, desse modo isto está no tempo do particípio perfeito. Significa então que se trata de uma posse permanente e não transitória, singularizando Maria entre todas as criaturas. Ela é cheia de graça desde o primeiro instante da sua existência e por isso o senhor está com ela.
Em toda escritura sagrada esse termo é unicamente dado a Maria a quando anunciação do anjo, o termo kecharitomene, aparece como um nome próprio da virgem, como se o seu nome fora meramente “cheia de graça”.

Entretanto, o Anjo Gabriel a anunciar cheia de graça, está dizendo que Maria era cheia de graça quando nasceu, é cheia de graça quando a saudou e continuará a ser cheia de graça, porque ela mesma disse que desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações (Lc 1,48).

Não contente com isso o protestantismo afirma: Estevão também é cheio de graça porque assim nos diz em Actos que: Estevão, cheio de graça e fortaleza, fazia grandes milagres e prodígios entre o povo.( Actos 6,8.)

O termo usado em grego para o primeiro mártir da santa igreja é “Pleres Charitos”, o que significa que Estevão literalmente estava cheio de graça, ou seja, é uma acção momentânea, o que quer dizer que Santo Estevão esteve naquele momento cheio de graça, ao contrário de Maria que é kecharitomene, palavra com prefixo “ke”, prefixo do verbo “charitoo” que  quer indicar a palavra num tempo perfeito, acção concluída no passado, e com sufixo “mene”, fazendo nele um particípio passivo, a acção realizada em Nossa Senhora por Deus, fazendo ela desde sempre cheia de Graça. Os termos empregados para o primeiro mártir foi a junção de duas palavras: o adjectivo “pleres” que significa cheio, seguidamente com “charitos”, de graça. Como disse de antemão, Santo Estevão esteve cheio de graça, ao passo que Santa Maria sempre esteve, está e estará cheia de graça, e é muito esquisito que se o autor tivesse a mesma intenção entre Estevão e Maria, porquê usaria termos distinto justo ele ser o autor menos indicado porque é o autor do evangelho e de Actos dos Apóstolos. Então, isso só pode significar que São Lucas não usou as mesmas palavras porque a graça e o tempo é diferente, a primeira indica algo concluído perfeitamente, que se conclui e que se concluirá. A segunda, indica algo que estava a se concluir.  

Lamentavelmente, o protestantismo arranja forma para comparar a expressão usada a Nossa Senhora com a passagem de Efésios 1,6 que nos diz:

6. para fazer resplandecer a sua maravilhosa graça, que nos foi concedida por ele no Bem-amado. (Efésios 1,6)

Vamos explicar, no tanto que muitos argumentam que a palavra ou o verbo aqui é a mesma usada em Lucas 1,28. Ou seja, dizem que é “Charitoo” o mesmo usado para todos os fiéis.
De princípio, no grego quanto em português é diferente. Em grego para Maria é Kecharitomene, ou seja, cheia de Graça em português. Já a palavra usada em Efésios é “Echaritosen”, que seria simplesmente agraciou, ou seja, a ação do verbo se encontra no passado.

Em Lucas 1,28, é um uso especial da forma conjugada de “Charitto”, que é kecharitomene, enquanto que em Efésios 1,6, é usado “Echaritosen”, que é uma forma diferente do verbo “charitoo”.

Echaritosen significa ele agraciou. Echaritosen significa uma ação momentânea, uma ação trazida no passado. (Blass and DeBrunner, Greek Grammar of the New Testament, P. 166) 
 

Kecharitomene, o particípio passivo perfeito , mostra uma conclusão com um resultado permanente. Kecharitomene denota continuação de uma ação completada ( H. W. Smyth, Greek Grammar . Cambridge: Harvard University Press, 1968- 108, sec 1852:b) (Blass and DeBrunner p. 175.).

Portanto, a passagem de Efésios e Lucas não são a mesma coisa, é bem diferente assim como as vimos. Meditando desse modo nessa verdade, podemos ver quão grande importância tem a mãe de Deus e nossa mãe.  

Escrito por: Benedictus Manuel

Esplendor da Verdade Católica

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